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Para vocês lerem um pouquinho do teatro e Gil Vicente:

" Nas alegorias vicentinas, que seguem a tradição do teatro medieval, temos geralmente uma sucessão de quadros que não se ligam por relação de causa e efeito. Por exemplo: na peça que leremos, o Auto da Barca do Inferno, como em toda a "Trilogia das Barcas" (de que fazem parte ainda os autos da Barca do Purgatório e da Barca da glória), temos uma sequência de quadros ( como sketches humorísticos) em que vemos o Diabo e o Anjo a defrontarem-se com as almas das pessoas recém-mortas que vão embarcar para a eternidade. Em cada um dos quadros, as personagens representam classes ou grupos sociais. Assim, vemos desfilar diante de nós o Fidalgo (representando a nobreza exploradora e arrogante), os juízes Corregedor e Procurador (a magistratura corrupta), a Alcoviteria (a prostituição), o sapateriro (os artesãos, que hoje corresponderiam a um misto de industriais e comerciantes), o Onzeneiro ( usuário, correspondente aos banqueiros de hoje), etc. Todos tentam ir para a barca do céu, mas o Anjo os rejeita - e o Diabo, em saborosos diálogos, lhes mostra que seu caminho é o inferno. No Auto da Barca do Purgatório aparecem até um rei  e um mapa, que não merecem o paraíso...Mas o Anjo aceita na barca do céu um rude camponês ignorante, que foi a vida toda explorado por seus senhores."

Fonte: Os livros da Fuvest/Unicamp- I - OBJETIVO     

1 comentários:

  1. Nós da equipe do Blog Vestibulando ofereceremos trechos de algumas das obras que serão cobradas no vestibular, assim como algumas questões das provas passadas de literatura.
    Fiquem atentos!

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